O dióspiro é um fruto que, muitas vezes, passa despercebido, mas que merece destaque! É conhecido como “fruto de outono”, por fazer parte do calendário de outubro a dezembro. E não só é delicioso, como também tem características únicas.

Vamos descobrir mais?

Com formato arredondado, ligeiramente achatado e casca fina, o dióspiro (Diospyros kaki) é um fruto com origem na Ásia, mais precisamente na China. A partir daí, espalhou-se para a Coreia, Índia e Japão, onde é cultivado desde o século XVII.

Com o tempo, conquistou outros países e hoje é apreciado em várias partes do mundo. Atualmente, os principais países produtores são: China, Japão, Coreia, Brasil, Índia, Itália e Espanha.

Em Portugal, existem duas variedades principais:

  • Dióspiro tradicional ou mole: com um tom avermelhado, textura suave e sabor doce intenso, ideal para comer à colher.
  • Dióspiro de roer: com cor laranja viva, textura firme e sabor menos doce, consumido como uma maçã. É conhecido como “maçã do Oriente”

Sabia que…

As variedades se dividem pela adstringência? Esta sensação é provocada pela contração das mucosas da boca, devido à presença de taninos, especialmente quando o fruto ainda não está maduro. Os taninos são compostos com propriedades antioxidantes, que contribuem para o sabor e características únicas do dióspiro.

As “adstringentes”, Coroa de Rei, Kaki e Roxo Brilhante, são as mais comuns e necessitam de uma maturação adequada para poderem ser consumidas. As “não adstringentes”, Fuyo, Hana Fuyo, O Gosho, Giro, Cal-Fuyo, Fau-fau e Sharon, podem consumir-se de imediato, após a colheita.

Independentemente da variedade, o dióspiro é composto quase totalmente por polpa, com aparência gelatinosa e fresca, rica em mucilagem (substância gomosa) e pectina (um carboidrato complexo), responsáveis pela sua textura característica.

Porque é que o dióspiro é um fruto tão diferente dos outros?

Há mais algumas curiosidades que tornam este fruto especial:

  • O nome científico “Diospyros” vem da expressão grega “Fruta dos deuses”.
  • A árvore do dióspiro é chamada na China “árvore das sete virtudes”: tem uma vida longa, dá sombra, tem folhas lindíssimas no outono, serve de casa aos pássaros, fornece madeira, as folhas são usadas como adubo e, claro, dá-te o delicioso dióspiro para o lanche.
  • Em países asiáticos, é comum desidratar o dióspiro para fazer snacks ou sobremesas, como o “hoshigaki” no Japão. Na Coreia, o dióspiro desidratado é usado para fazer uma bebida tradicional picante chamada “sujeonggwa”.

Em qualquer canto do mundo, o dióspiro é muito bem-vindo. Além de delicioso, é um bom amigo do nosso organismo, contribuindo para o teu bem-estar.

O dióspiro é fonte de fibra, que contribui para o bom funcionamento do teu intestino. E ainda contribui para a sensação de saciedade.

O dióspiro também é fonte de Vitamina A, que tem várias funções no nosso corpo, como contribuir para a manutenção de pele, mucosas e visão normais; contribuir para o normal funcionamento do sistema imunitário e para o normal metabolismo do ferro.

Apesar de não ser fonte de potássio, contém uma quantidade interessante deste mineral.

Agora que já sabes de onde vem o dióspiro e que benefícios te traz, só ficam a faltar as formas de o comer… e há mais do que possas pensar.

Pela sua textura, a melhor forma de o apreciares é ao natural e com o auxílio de uma colher. Mas também podes roer ou juntar a iogurte.

Além disso, ainda o podes incluir como ingrediente de receitas doces ou salgadas, desde bolos, mousses, tartes, panquecas, compotas ou saladas.

A nossa sugestão para um lanche de um dia frio é o dióspiro assado e polvilhado com canela. Delicioso e reconfortante, que é o que mais se quer nesta altura do ano.

By VO